A coluna de Dora Kramer, no Estadão deste domingo, destaca como a distribuição dos royalties do petróleo podem influenciar as próximas eleições presidenciais já que, além das perdas financeiras aos estados produtores, a dimensão política da questão fere o pacto federativo e as relações políticas até então sólidas, com foco no pleito presidencial de 2014.
De acordo com a colunista, justamente por temor das implicações eleitorais é que a presidente Dilma Rousseff tem evitado se envolver nas negociações. O Rio de Janeiro lidera a batalha dos royalties, em nome dos estados produtores, e o governador Sérgio Cabral já anunciou, com o apoio das bancadas do Congresso, um ato público para o próximo dia 10, cuja palavra de ordem será dirigida à presidente, pedindo que ela vete o projeto aprovado pelo Senado. Cabral também vem alertando sobre a possibilidade de um "desastre eleitoral" para os atuais ocupantes do Planalto.
Em resumo: se Dilma atender aos estados produtores, se incompatibiliza com todos os outros; e se atender aos não produtores, que enxergam nos royalties uma fonte fácil de obtenção de recursos, pode se indispor com o Sudeste, onde residem 40% dos eleitores brasileiros. Esse jogo de pressão desconfortável faz parte do universo político, mas sabemos que não é o grande objetivo. Porém, os representantes dos estados produtores precisam ser ouvidos e o debate precisa ser ampliado, quem sabe com a negociação de uma agenda de interesses entre todos os envolvidos? O certo é que, mais cedo ou mais tarde a presidente vai precisar decidir, e quanto mais adiar a questão, maior será o problema.
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