terça-feira, 2 de agosto de 2011

O crack não é um problema psiquiátrico comum

Em entrevista à rádio CBN na manhã de hoje, dia 2, falei novamente sobre o abrigamento compulsório e expliquei o início de todo esse processo, das operações em conjunto com as polícias, em comunidades que ainda não contam com UPP e que têm a presença de traficantes. Quando começamos a atuar nesses locais, encontrávamos meninos e meninas em situações degradantes. Mas não adiantava apenas encaminhá-los a nossos abrigos, pois no outro dia estavam de volta às cracolândias. Isso não estava funcionando e foi então que editamos, com o apoio do MP e da Justiça do Rio, o novo Protocolo de Abordagem Social, com uma medida de acolhimento compulsório para essas crianças em situação de risco extremo.

O grande desafio hoje é fazer com que esses adolescentes não retornem para a droga. Não temos garantia de eles não retornarão, mas a nossa esperança é que esse quebra do vínculo com a droga permita que a gente dê o segundo passo, que é a reinserção social.

Há um erro ao se tratar o crack como um problema psiquiátrico comum. O crack é uma droga diferente de todas as outras. Hoje temos 85 crianças abrigadas compulsoriamente no Rio, em 4 unidades especializadas que oferecem 145 vagas. Nas cracolândias, o destino de todos eles certamente seria a morte. É difícil, mas temos que usar os instrumentos que a gente pode para garantir a vida desses jovens.

2 comentários:

Entrelaces disse...

Secretário -
Parabéns pela coragem e determinação! Conte sempre conosco!
Um grande abraço!
Monica
PSI (Projeto de Segurança de Ipanema) e Entrelaces (www.entrelaces.webs.com)

Maria Luiza disse...

Dar os parabéns e que DEUS proteja sempre este Secretário,nesta missão dificílima!
Maria Luiza