Apesar de respeitar opiniões contrárias ao abrigamento compulsório, afirmo que o que estamos fazendo não é nada diferente do que qualquer pai faria se encontrasse seu filho numa cracolândia. Caso ocorresse com um dos meus filhos, o pegaria pelo braço e o internaria na melhor clínica que meu dinheiro pudesse pagar. Você não? É muito fácil fazer protesto sobre o direito de ir e vir quando se trata do filho dos outros. Principalmente quando muitos desses meninos e meninas recolhidos não possuem mais vínculos familiares.
O momento exige parceria. Somente dessa forma entendemos ser possível ministrar política pública sustentável na prevenção e combate às drogas, em especial o crack. Já comemoramos redução de quase 90% no número de crianças recolhidas. É muito cedo para cantar vitória, pois a jornada é longa. Trata-se, no entanto, de um responsável começo na condução de ações de combate ao crack. Não podemos pensar em nada diferente para essas crianças. O abrigamento compulsório é uma arma em favor da vida.
Artigo publicado no Jornal O DIA.
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