terça-feira, 6 de setembro de 2011

"Não foi tão diferente assim"

O site da revista Carta Capital publicou uma matéria sobre a conexão entre o uso de crack no Brasil de hoje e a epidemia americana dos anos 80. Os pontos em comum não são nada desprezíveis. A epidemia no Hemisfério Norte deixou cicatrizes nos Estados Unidos e hoje, três décadas depois, os americanos questionam se o fato pode aumentar os riscos de segurança para os turistas interessados em conferir a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.

A matéria mostra que as questões relacionadas hoje ao consumo de crack no Brasil não são tão diferentes das enfrentadas pelos EUA naquela época, como o baixo custo da droga, que fez com que se popularizasse e atingisse as camadas mais miseráveis da sociedade. Ainda na reportagem, alguns especialistas criticam o fato de crianças e adolescentes serem submetidos ao tratamento proposto pelo abrigamento compulsório no Rio e destacam que os americanos conseguiram colocar um fim à epidemia reforçando a fiscalização nas fronteiras e intensificando na mídia a publicidade negativa ao uso das drogas.

Como seria bom se isso funcionasse no Brasil. Seria tão melhor se esses meninos e meninas que foram largados nas esquinas - e hoje fazem parte da 5ª geração de população de rua no país - ligassem a TV, na sala de TV da cracolândia, e assimilassem facilmente essa mensagem de negação às drogas, deixando para trás todo um histórico de abandono, traumas e outras situações de vulnerabilidade social que fazem parte da realidade em que vivem. Com certeza, seria um trabalho muito mais fácil, econômico e menos doloroso para todos nós.

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