segunda-feira, 12 de setembro de 2011

'Os meninos que o Rio arrancou do crack'

No domingo, 11/09, o jornal O Estado de São Paulo trouxe a matéria “Os meninos que o Rio arrancou do crack”, sobre o modelo do abrigamento compulsório que adotamos há três meses. Atualmente, são 85 crianças, entre 10 e 17 anos, que vivem em quatro abrigos na Zona Oeste e em Laranjeiras. Como a repórter descreve no texto: “A maioria é negra. Todos são viciados em crack. Muitos têm 16 anos, mas são tão raquíticos que parecem ter 10. Um ou outro sabe ler. Alguns representam a terceira geração de moradores de rua. Seus depoimentos relatam abusos sexuais, prostituição, abandono, surras de traficantes, morte precoce de amigos”.

Essas são as características de praticamente todos esses meninos e meninas que estavam entregues ao crack. São histórias que nos chocam, mas que também nos estimulam a seguir em frente na tentativa de mudar essa realidade, arrancando esses jovens das drogas, definitivamente. Sabemos que o ineditismo dessa iniciativa no país não possibilita um intercâmbio de experiências e nos obriga a “trocar o pneu com o carro andando”.

No Brasil não há expertise para tratar esses meninos usuários de crack, porém acredito que é melhor fazer como estamos fazendo do que deixar essas crianças na rua com risco de morrer. Como observa a diretora do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Atenção ao Uso de Drogas, da UERJ, Maria Thereza Aquino: "Deve haver erros, mas as crianças certamente estão muito melhor do que na rua."

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