O Papa Francisco fez ontem um duro discurso contra a liberalização das drogas na América Latina, durante a inauguração de uma ala para o tratamento de dependentes químicos no Hospital São Francisco de Assis, na Tijuca, No Rio. "Não é deixando livre o uso das drogas, como se discute em várias partes da América Latina, que se conseguirá reduzir a difusão e a influência da dependência química" disse o Papa, que chamou os traficantes de "mercadores da morte".
Concordo plenamente com a opinião do Pontífice. Muitos dizem que a política de repressão não deu certo no mundo. E daí pergunto: e a política da liberação deu? A Holanda, por exemplo, é um país que já revê essa liberação. Pesquisas revelam que 67% da população holandesa são a favor de medidas mais rígidas.
A experiência holandesa não é a única na Europa. Zurique, na Suíça, também precisou voltar atrás na tolerância com as drogas. O bairro de Langstrasse, onde as autoridades toleravam bordéis e o uso aberto de drogas, tornou-se território sob controle do crime organizado. A prefeitura coibiu o uso público de drogas.
Em Copenhague, na Dinamarca, as autoridades fecharam o cerco ao Christiania, bairro ocupado por uma comunidade alternativa desde 1971. A venda de maconha era feita em feiras ao ar livre e tolerada pelos moradores e autoridades, até que, em 2003, a polícia passou a reprimir o tráfico de drogas no local.
A Suécia, país que possuiu a menor taxa de dependência em toda a Europa, optou por uma política de "tolerância zero" em relação ao tráfico e ao consumo de drogas. Isso proporcionou uma redução considerável do problema nas últimas décadas e fez o país sair de um patamar de 12% de dependentes químicos, na década de 1980, para 2% atualmente.
A "tolerância zero" foi uma decisão unânime da sociedade sueca e a política antidrogas se tornou uma prioridade nacional, envolvendo órgãos governamentais, não-governamentais, polícias, fiscalização aduaneira, serviços de assistência social, grupos de voluntários, instituições privadas, escolas, igrejas e as famílias. As crianças e os jovens são os alvos principais das medidas preventivas instituídas por essa política.
É fato que o uso de drogas envolve questões de saúde pública e de segurança, pois o consumo desenfreado pode levar as pessoas a cometerem mais crimes.
A sociedade brasileira não está preparada para essa liberação. É preciso impor limites e sanções!
Participei da Comissão que criou o substitutivo da nova Lei Antidrogas, que aumenta a pena para traficantes de 5 para 8 anos de cadeira, e permite a internação involuntária de dependentes químicos.
Ressalto que sempre defendi a internação involuntária porque acredito ser uma possibilidade de salvar vidas. Estamos falando de pessoas que não têm família, vivem nas ruas e não fazem outra coisa a não ser se drogar. Presas ao vícios, essas pessoas perdem a liberdade de viver.
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