quarta-feira, 11 de julho de 2012

Adeus, Dom Eugenio

Fiquei muito triste com a notícia da morte do arcebispo emérito do Rio, Cardeal Dom Eugenio Sales, que morreu anteontem e será enterrado hoje às 15h, na Catedral Metropolitana. Durante as três décadas em que esteve à frente da Arquidiocese do Rio, Dom Eugenio desenvolveu um trabalho digno de aplauso, que eu e todos os cariocas acompanhamos nesses 69 anos que ele dedicou ao trabalho eclesiástico.

Nos anos duros da ditadura militar, entre 1976 e 1982, de maneira silenciosa e discreta, ele abrigou mais de quatro mil pessoas perseguidas pelos regimes militares, não só do Brasil, como em outros países vizinhos. Os pedidos de abrigo de refugiados políticos eram tantos, que ele autorizou o aluguel de quartos e apartamentos em vários bairros da cidade. E salvou muitas vidas, oferecendo moradia, assistência médica, jurídica e ajudando nos gastos.

O que mais me chamava atenção era a preocupação social que ele tinha. A Campanha da Fraternidade, por exemplo, foi uma de suas iniciativas. No início do sacerdócio, ainda no Rio Grande do Norte, seu estado natal, ajudou a criar os primeiros sindicatos rurais na região. Também era um visionário e um grande empreendedor. Quando assumiu a Arquidiocese do Rio na década de 70, mandou construir um prédio para reunir os serviços da Igreja, e criou dezenas de pastorais: a Pastoral do Menor, a das Favelas, a Penal, a do Turismo. Sempre defendendo a liberdade e os direitos individuais. Independente da corrente religiosa de cada um, nós perdemos um grande homem.

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