Telhado de vidro. É uma expressão bem antiga que define muito bem o que acontece com algumas pessoas que insistem e se atrevem a falar dos outros, mas esquecem de olhar para seu próprio umbigo. Ou melhor, o seu telhado de vidro tão vulnerável. Essa expressão, que era usada por nossos avós, resume o fim do segundo debate televisivo entre os candidatos à prefeitura do Rio, realizado ontem, pela Rede TV.
O tema principal foi a questão das milícias, que gerou uma discussão entre o candidato Marcelo Freixo (PSOL) e o atual prefeito, Eduardo Paes, candidato à reeleição pelo PMDB. O debate foi realizado depois da divulgação da Pesquisa Ibope que revelou a liderança folgada de Paes com 52% das intenções de voto. Talvez por causa disso, Freixo entrou na linha “leviandade e desespero”, como tão bem definiu o nosso prefeito. E mais uma vez fez acusações infundadas insinuando a ligação de Paes com milícias.
Só o que Freixo não esperava é que no próprio partido, o PSOL, há um candidato, Berg Nordestino, que é citado no relatório final da CPI das Milícias como Rosenberg, dono de um escritório onde eram negociados terrenos irregulares da milícia na Zona Oeste do Rio.
E não é o único caso. Como foi muito bem lembrado por Paes em sua resposta, no ano passado, o líder comunitário da Rocinha, William de Oliveira, assessor da vereadora tucana Andrea Gouvêa Vieira, foi preso negociando com Nem, que era o dono do tráfico na favela. O funcionário, que era empregado de Andréa, foi visto recebendo dinheiro de Nem, que era o maior traficante da área. Ou seja, como diz o velho ditado também do tempo da vovó: quem tem telhado de vidro não joga pedras no do vizinho.
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