Uma declaração do Papa Francisco me deixou bastante satisfeito na manhã desta sexta-feira. O pontífice afirmou, durante uma audiência no Vaticano, a qual contava com a presença dos participantes da 31º edição da Conferência Internacional para o Controle de Drogas (IDEC), sua rejeição aos tratamentos de desintoxicação que utilizam drogas substitutas e à legalização de qualquer tipo de drogas, inclusive a maconha.
De acordo com nota publicada pelo escritório de imprensa do Vaticano, para o Papa, droga não se derrota com droga. “A droga é um mal e com o mal não pode haver cessões ou compromissos", declarou. Quanto à legalização das chamadas drogas brandas, o pontífice explicou que, "além de ser discutível do ponto de vista legislativo, não produz os efeitos que haviam sidos prefixados".
Quem acompanha meu trabalho sabe a respeito do meu posicionamento sobre a legalização das drogas. Sou contra. Sempre fui. E não digo isso apenas para querer engrossar o coro. Nada disso. Costumo, inclusive, me basear em estudos feitos ao redor do mundo, como os que são coordenados pela OEA e demonstram que em todos os países onde houve algum nível de liberação das drogas o consumo aumentou notadamente. Principalmente entre os jovens.
Em países como Portugal, Áustria, Holanda, Reino Unido, alguns Estados americanos e o Brasil – onde, em 2006, a legislação abrandou a pena para o consumidor, o consumo de maconha aumentou em razão da queda no preço do produto. Isso sem contar o maior consumo de outras drogas perigosas. Na Holanda, por exemplo, o consumo de maconha cresceu 5%. Em Portugal, uma pesquisa recente registrou que, entre 2001 – data em que foi implementada a política de descriminalização da droga em Portugal – e 2007, o consumo continuado de drogas aumentou 66%.
Independente desses números, a verdade é que os efeitos reais de qualquer tipo de droga sobre os jovens são inevitáveis. Se já somos o maior mercado consumidor de crack do mundo e o segundo de cocaína, será que vamos querer carregar o título de maior mercado de maconha? Eu, de certo, não quero isso. Nem o nosso Papa.
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